ENTREVISTA COM EDUARDO SHANA
Por quê “Escola de Desinformação”?
A informação passou dos limites. Invadiu tudo. No momento em que você acorda já se expõe ao mundo e as informações começam a te pilotar. É o gás que acabou, a toalha esquecida, o leite que talhou, a chave que sumiu, o relógio acelerou, a adrenalina invadiu e seu dia nem começou. Além das notícias de família, amigos, colegas e vizinhos recebemos as informações segmentadas das novelas, dos telejornais e da sociedade. O bombardeio publicitário tenta oferecer o paraíso em contraponto à dureza da realidade. O telefone celular ocupa o espaço de terapeuta virtual no socorro à solidão povoada do dia a dia. A internet é virtual mas dá uma “real” na humanidade e reflete tudo aquilo que o ser humano é: por dentro e por fora dos muros. É muita informação que consome tempo e desgasta as pessoas. Desinformar é ir para o centro deste espiral de códigos, números e letras e selecionar as informações na qualidade, quantidade, ordem, velocidade e relevância que você quiser. Identificar os principais eventos do dia a dia e organiza-los antecipadamente. O ser humano é um privilegiado ao poder ter ciência da sua vida em sociedade e capacidade de desenhar o próprio destino. A informação pilota o ser humano quando o ser humano não é capaz de pilotar a informação. Acredito que cada um tem direito a uma chuva de letrinhas todos os dias ao longo da vida. Felizes aqueles que puderem receber as letrinhas na ordem que escolherem…
“DESINFORMAR É IR PARA O CENTRO DESTE
ESPIRAL DE CÓDIGOS, NÚMEROS E LETRAS…”
E o que esta escola se propõe a ensinar?
A HomoSapiens não é uma escola nos padrões tradicionais. Não se propõe a transferir informações. Nossa escola é como uma escola de música no mundo dos passarinhos. Jamais poderíamos ensiná-los a cantar. É preciso respeitar a essência de cada um. Informação demais tira a essência. Agora imagine uma escola de passarinhos tentando desinformar uma orquestra de passarinhos que só cantasse com partitura e só voasse de avião. Peça para qualquer pessoa pra dizer os 7 dias da semana. Depois peça para que os repita em ordem alfabética. Em geral é um exercício muito difícil pras pessoas. Isso é assustador. Um cérebro capaz de fazer bilhões de operações por segundo é capaz de se complicar para colocar 7 palavras em ordem alfabética. Frisaram o nosso cérebro com tanta informação repetitiva. Aprender é fácil, difícil é desaprender.
Em seus cursos, vocês já fizeram executivos e empresários construir uma casa em dois dias, uma praça em um dia, a escrever um livro também em um dia… porque destes desafios e de onde vocês tiram essas idéias?
Nós apenas demonstramos que é possível criar fluxos de pessoas querendo ser úteis. Basta que cada uma tenha uma linguagem para organizar as informações a sistemas devidamente compartilhados.
Em um ambiente onde cada um é responsável por nutri os demais e ser nutrido por eles os fluxos acontecem. Para aceitar estes desafios nós só lidamos com informação existente no mercado. Quando fazemos um jornal de 8 páginas no Gestão do Futuro com tiragem de 2 mil exemplares e os distribuímos na saída do próprio evento isso é tecnologia TEvEP pura. Uma operação dessas é complexa. Envolve muitas variáveis que devem ser bem desenhadas antecipadamente. Assim você conclui que qualquer sistema complexo é um conjunto de sistemas simples devidamente organizados. Apenas sugerimos uma maneira de organizá-los ao longo do tempo. O recado é esse. O tempo depende do seu próprio piloto.
O TEvEP é para as pessoas ou para as organizações?
Esta linguagem pode fazer diferença tanto na vida pessoal quanto na vida profissional das pessoas. A portabilidade do TEvEP está na sua simplicidade. Cada vez que você “entrar” num evento previamente pensado, você vai ganhar tempo e economizar energia. Isso faz você gostar e usar com mais frequência aumentando a qualidade dos seus eventos pessoais e profissionais.
“QUANDO SOMOS CAPAZES DE ANTECIPAR OS RISCOS, SOMOS
CAPAZES DE OUSAR MAIS COM MENOS ESFORÇO.”
Podemos dizer que um dos cases de sucesso do TEvEP é o projeto Gestão do Futuro? Como exatamente o TEvEP é utilizado neste caso?
O TEvEP vem sendo usado desde a concepção do Gestão do Futuro em 2001. São milhares de ações detalhadamente planejadas e organizadas para fazer acontecer este espetáculo em apenas 3 horas. Imagine que temos que contar até com a gasolina no tanque do motoboy no momento de buscar a primeira tiragem do jornal na gráfica. E, sabendo que a gasolina pode faltar, temos ainda outro motoboy de reserva e um carro da produção na gráfica para garantir esse detalhe. Gasolina no tanque do motoboy pode ser um evento de baixa complexidade, mas de alta relevância para levarmos a termo o desafio do Jornal do Futuro (que é “um detalhe” do Gestão do Futuro). Se assim não fizéssemos e o jornal não saísse, realmente acreditaríamos que a “culpa” teria sido do motoboy que não colocou gasolina na moto. Bastava demitir o motoboy, fazer um relatório justificando e desistir do jornal. Quando somos capazes de antecipar os riscos, somos capazes de ousar mais com menos esforço. Isso é TEvEP.
O que o levou a desenvolver esta linguagem, o TEvEP?
Atenção ao presente, intenção no futuro e distância do passado.
DESINFORMAÇÃO
Me dá uma informação?
O que é informação?
Me informa?
Encontre uma forma
Me vende uma informação?
A cura pra informação
É outra informação?
Me compra uma informação?
Eu troco por um pedaço de pão.
Informação de grife vale avião!
Informação gera inflação?
Forma opinião?
Pra que tanta informação?
Solta, esparramada pelo chão?
Me dá uma informação?
O que é desinformação?
Você sabe, basta recordar!